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Ambiente Maia
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Oceanos

Os oceanos cobrem cerca de 70% da superfície da Terra e desempenham um papel fundamental na regulação climática. No entanto, os oceanos também são reféns das alterações climáticas, tornando as suas propriedades físicas e biológicas severamente modificadas. O atual aumento da temperatura e acidificação estão a interferir com a dinâmica dos oceanos desde os trópicos até aos polos. A camada superior do oceano (0 – 700 m) aumentou 0,22°C desde 1969. Observações recentes do oceano profundo (700 – 2000 m) revelam também um aumento da temperatura significativa.

 

O aumento da temperatura:

  • Afeta os padrões de distribuição nos oceanos, devido à migração do plâncton para norte;
  • Afeta o ciclo de vida de algumas espécies, pois, os esporos e os ovos têm mais dificuldade em se desenvolver;
  • Faz com que os animais gastem mais energia para respirar e fiquem mais fracos e vulneráveis a doenças;
  • Pode levar ao aumento de “zonas mortas”, isto é, áreas que são inabitáveis para a vida marinha, devido aos baixos níveis de oxigénio;
  • Interfere com os períodos e a duração da migração, com impactes também ao nível da pesca.

As tempestades estão a tornar-se mais frequentes e mais perigosas:

À medida que a temperatura dos oceanos aumenta, estes vão adicionando mais vapor de água e energia térmica à atmosfera, o que favorece a ocorrência de furacões. As tempestades causam muitos danos, ferimentos e até mesmo perda de vidas, tal como aconteceu com os furacões Maria, Irma, Harvey e, mais recentemente, com o ciclone Idai em Moçambique.

 

A acidificação:

O pH dos oceanos é um indicador que durante milhões de anos, tem sofrido apenas ligeiras variações entre 8,3 (durante o pico do último período glaciar) e 8,2 (imediatamente antes da era pré-industrial). No entanto, o rápido aumento das emissões de dióxido de carbono e a subsequente absorção pelos oceanos a um ritmo de 2 biliões de toneladas por ano, leva a uma diminuição do seu pH, tornando-os, de uma forma global, mais ácidos.

Desde o início da Revolução Industrial, a acidez da água à superfície aumentou 30%, verificando-se um decréscimo no pH de 8,2 para 8,1.

Nas últimas décadas, a acidificação dos oceanos está a ocorrer a um ritmo 100 vezes mais rápido do que aconteceu nos últimos 55 milhões de anos.

A acidificação nos mares do Atlântico Norte é superior à média global.

Nas latitudes mais elevadas, são verificados indícios de acidificação ao nível do oceano profundo.

  • Interfere com a formação das conchas dos moluscos assim como com os esqueletos dos corais;
  • Altera os índices de fotossíntese das plantas aquáticas.

 

A subida do nível do mar:

A alteração do nível do mar resulta da combinação de vários processos físicos como a expansão térmica dos oceanos, o degelo dos glaciares e das calotas polares assim como, o recuo dos mantos de gelo da Gronelândia e da Antártida.

O nível médio do mar aumentou 19,5 cm entre 1901 e 2015, tendo-se verificado uma subida mais acentuada nas últimas duas décadas.

Desde 1993, o nível médio do mar tem subido cerca de 3mm por ano, atingindo-se novos recordes a cada ano que passa.

Prevê-se que a subida do nível médio da água do mar no século XXI seja superior à que ocorreu no século passado.

  • Afeta a quantidade de luz que chega às plantas e às algas, podendo não ser suficiente para realizarem a fotossíntese;
  • Inunda os habitats costeiros.

 

Água doce

Os rios, os lagos e as zonas húmidas enfrentam grandes pressões desde a poluição à degradação dos habitats. As alterações climáticas provocam mudanças significativas no ciclo da água, aumentando os riscos sobre estes ecossistemas. A quantidade, a distribuição, a época e a qualidade da água são influenciadas por este desequilíbrio e põe em causa o bom funcionamento dos ecossistemas e, consequentemente, das comunidades e da indústria, cujas funções e atividades estão dependentes da água de forma direta ou indireta. As mudanças de temperatura da água e a alteração dos regimes hídricos são alguns dos efeitos globais derivados das alterações climáticas que apresentam consequências distintas consoante o tipo de ecossistema e a região onde se encontra.

De modo geral, as alterações climáticas podem impactar os ecossistemas de água doce através de:

  • Modificações significativas na distribuição de espécies;
  • Declínio populacional ou perda de espécies estenotérmicas frias (espécies que não sobrevivem a grandes variações de temperatura);
  • Alterações nas cadeias tróficas;
  • Maior suscetibilidade à invasão de espécies exóticas;
  • Aumento da produtividade primária;
  • Aumento de problemas de eutrofização;
  • Dessecação temporária dos rios e lagos que se podem tornar efémeros ou desaparecer por completo.