4978
Institucional540
Notícias5413
Agenda: próximos eventos2217
Câmara Municipal7441
Editais e Avisos em vigor2573
Executivo Municipal4815
Reuniões da Câmara Municipal8729
Organização dos Serviços6630
Heráldica do Município4144
Informação Económico-Financeira e Patrimonial3532
Contratação Pública180
Discussão Pública5151
MAIA 2028 - Plano Estratégico2576
Repositório Editais e Regulamentos2501
Despachos do Presidente da Câmara Municipal4779
Índice de Transparência Municipal5006
Obras em curso no Espaço Público5614
Sobreiro FASE IV7609
Reabilitação e reforço da super-estrutura da passagem superior à linha do caminho de ferro - Águas Santas7575
Construção de uma rotunda na confluência da avenida de N. Sra. da Natividade com a travessa Nova da Giesta, na freguesia de Pedrouços5609
Acordo quadro - beneficiação de vias municipais8208
Novo acesso à junta de freguesia de Águas Santas6808
Requalificação da rua da Igreja, rua da Escola e da rua da Seara, freguesia do Castelo da Maia2110
Retificação da Rua do Apeadeiro, em Mandim, na freguesia do Castêlo da Maia513
Beneficiação da Rua de D. Amélia Moutinho Alves, freguesia de Pedrouços644
Reforço da rede interna de águas pluviais5634
Requalificação da Via Lidador Igreja, freguesia de Vila Nova da Telha1579
Ligação da rede de drenagem de águas residuais à EN143982
Reabilitação de pontes de traves em granito, no rio Leça985
Execução e fornecimento de protótipo de estrutura abrigo e mobiliário de apoio ao comércio e atividades complementares nos espaços de mercado-feira do município
2065
Participação em reunião de Câmara1398
Documentos
7634
Assembleia Municipal890
Notícias3483
Composição9636
Deputados da Assembleia Municipal da Maia8319
Mesa da Assembleia Municipal da Maia9849
Comissão de Trabalho das Atividades da Assembleia Municipal119
Comissão da Proteção e Bem-Estar Animal613
Comissão da Revisão do Regimento4163
Comissão de Transportes e Mobilidade3224
Comissão de Acompanhamento do Programa Estratégico do Parque Metropolitano da Maia
2253
Regimento942
Galeria Fotográfica4073
Documentos3889
Publicações9101
Contactos4836
Participação em reunião da Assembleia
7290
Apoio ao Consumidor27
Recursos Humanos4221
Polícia Municipal782
Proteção Civil2730
Provedor dos Munícipes5814
Plano de Mobilidade Sustentável8036
Planeamento3897
Planos em vigor1985
Plano Diretor Municipal3192
PDM - avisos de publicação2172
PDM – elementos fundamentais51
PDM – elementos que acompanham o Plano3736
PDM – Avaliação e Controlo8972
Suspensão Parcial do PDM e Medidas Preventivas - Calvilhe7381
Suspensão Parcial do PDM e Medidas Preventivas - Espinhosa, Anta e Arroteia6470
Suspensão parcial do PDM e Medidas Preventivas - Ardegães, Lagielas e AAE Maia I
5432
PEDU - Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano7022
Plano Diretor de Iluminação Pública da Maia (PDIP)2262
Plano de Ação para a Energia Sustentável
2909
Planos em elaboração7176
Outros Planos685
Unidades de Execução4147
Histórico
5647
2ª Revisão ao PDM7372
Reabilitação Urbana4019
ARU Centro Cidade da Maia1669
ARU Águas Santas/ Pedrouços6124
ARU Núcleo Urbano Moreira/ V.N. Telha854
ARU Vila do Castêlo da Maia2582
ARU Ardegães8879
ARU Expansão da Cidade3203
ARU Monte de Santa Cruz9924
ARU de Nogueira1347
ARU de Vila Nova da Telha8408
ARU Milheirós9399
ARU Central de Folgosa e S. Pedro Fins691
ARU de S. Pedro Fins9343
Perguntas Frequentes sobre a Reabilitação Urbana179
Projetos em curso3553
Conceito de Obra de Reabilitação Urbana e Procedimentos
4872
Tarifários Sociais de Água, Saneamento e Resíduos Urbanos da Maia1468
Programa Municipal de Emergência Social1113
Relações Internacionais7666
Inovação e Desenvolvimento5776
Planos Estratégicos796
Programas e Projetos5460
Horizonte Europa7854
BaZe7278
Notícias5286
Imagina a cidade do futuro?7659
Living Lab Maia5616
Conceito8709
Objetivos6148
Pacotes de Trabalho e Ações223
BaZe Oficina6783
Parceiros844
Contactos
5626
URBACT7013
EIT Climate - KIC828
Participation4All
6599
ISI: Plataforma de Gestão Urbana
1396
Gestão Urbana3716
Regulamentos Municipais471
BUPi - Balcão Único do Prédio2901
Atendimento Municipal234
Agendamentos6906
Serviços Online904
Área de Munícipe3008
Editar Dados Pessoais5259
Os Meus Serviços8243
As Minhas Preferências4902
Comentários1537
Serviços Online572
Serviços Online4950
Formulários1048
Consultar121
Contratos de Águas5488
Histórico de Interações3522
Faturas9266
Educandos8900
Lugares de Feira1374
Processos de Contraordenação8699
Habitação5186
Processos de Urbanismo2359
Licenças de Processos de Urbanismo3172
Processos de Publicidade5151
Processos de Urbanismo1684
Processos de Urbanismo3101
Processos de Urbanismo
22
Área Reservada
2487
Empresas Municipais8692
Sistema de Gestão2650
Requerimentos4962
Metrologia279
Boletins Municipais4177
Juntas de Freguesia8765
Eleições Europeias 20245864
Prestação Serviços de Medicina do Trabalho2897
Canal de Denúncias5916
Contactos
2574
Viver6726
Desenvolvimento Social e Demografia9241
Pelouro de Desenvolvimento Social e Demografia7332
Notícias e Eventos8216
Contacto da Divisão de Desenvolvimento Social1692
Apoio Alimentar5893
Apoio ao Cidadão com Deficiência5971
Banco Municipal de Produtos de Apoio2883
Cabaz de Natal5338
Chave de Afetos -Teleassistência para Idosos3406
Comissão de Proteção de Crianças e Jovens da Maia2378
COMPROMISSUM- Centro de Voluntariado da Maia5354
Entidades Solidárias3139
Gabinetes de Atendimento Integrado Local - SAAS da Maia6577
Guia de Recursos Sociais do Município8614
Por Resposta Social3290
I. Juntas de Freguesia do Concelho8116
II. Instituições de Solidariedade Social5491
III. Conferências Vicentinas8710
IV. Serviços e Equipamentos para Crianças e Jovens9066
V. Serviços e Equipamentos para Pessoas com Deficiência2667
VI. Serviços e Equipamentos de Apoio a Idosos1260
VII. Serviços e Equipamentos para a Família e a Comunidade8333
VIII. Serviços e Equipamentos de Apoio aos Cidadãos Imigrantes437
IX. Apoio Alimentar5858
X. Serviços e Equipamentos na Área da Saúde7513
XI. Outros Recursos de Apoio Social9340
XII. Contactos Úteis
5672
Por Freguesia
7644
Habitação Social Municipal7929
Igualdade e Não Discriminação5117
Maia Melhor7768
Missão “Sorrisos de Esperança”1415
Programa Municipal de Emergência Social7706
Programa Municipal de Saúde Sénior 60+1123
Programa “Policia Municipal, Proximidade Maior”5834
Projeto 55 +9393
Programa Recrimaia3332
Rede Social da Maia2869
Serviço de Pequenas Reparações ao Domícilio1276
Tarifários Sociais de Água, Saneamento e Resíduos Urbanos da Maia3182
Outros Projetos4899
Mapa Site
497
Ambiente8124
Notícias1586
Eventos8638
Ambiente5777
Ar7877
Ruído7591
Água8467
Resíduos4247
Biodiversidade e Solo3479
Espaços Verdes9756
Ecocaminho1297
Jardim do Chantre8821
Quinta da Gruta1619
Parque de Avioso - S. Pedro7928
Jardim da Praça dos Altos912
Parque Central da Maia2317
Parque Urbano do Novo Rumo6454
Jardim do Aqueduto9161
Parque Urbano dos Maninhos4929
Jardim do Património5823
Parque de Quires3757
Parque Ponte de Moreira7327
Parque Urbano dos Amores3246
Parque Urbano de Moutidos4641
Casa do Alto7004
Jardim da Granja3998
Jardim dos Mogos4819
Jardim Maria Angelina Oliveira Carvalho6300
Jardim Av. António Santos Leite1981
Jardim do Monte Penedo3128
Monte da Caverneira475
Monte da Senhora da Hora2022
Monte de Santo António5802
Monte de S. Miguel o Anjo3998
Monte de Santa Cruz8068
Monte de Santo Ovídeo6899
Quinta da Caverneira2058
Jardim da Pícua7848
Jardim do Alambique2812
Jardim do Novo Horizonte7567
Jardim do Sport Clube1028
Bosque Autóctone5104
Jardim da Praceta Lino Maia360
Jardim do Lago dos Maninhos741
Jardim do Olheiro5925
Jardim de Calvilhe1340
Jardim do Solheirinho4883
Jardim de Frejufe2381
Jardim das Enxurreiras6524
Jardim do Rosmaninho4419
Jardim dos Arcos
3267
Floresta
2222
Desenvolvimento Sustentável3015
Educação Ambiental7853
Bem-estar Animal7840
Sondagem6202
Alterações Climáticas4347
Contacte-nos1139
Hortas da Maia
1341
Cultura9175
Notícias e Eventos1256
Espaços Culturais4948
Estórias e Memórias1291
Heráldica Municipal1163
Património Cultural6828
Obras da Coleção de Arte da Câmara Municipal da Maia6525
Publicações8328
A Lã e o Linho2727
Aeródromo do Porto (Aeroporto de Pedras Rubras, 1940-1945)2378
Gastronomia e Religião5997
Os Tamanqueiros e os Pauzeiros da Maia1962
Subsídios para o estudo da medicina popular nas Terras da Maia3573
Gastronomia e Doçaria nas terras da Maia79
A Maia e a Gastronomia1821
Cestos Florais Maiatos1933
A Árvore de Camilo8789
A Matança do Porco4121
Brevíssima História da Maia9059
A Campa do Preto920
Romaria a Nossa Senhora do Bom Despacho6374
O Santo Lenho de Moreira785
Canastras Florais9625
“ZMORK" para a Maia1490
UIVO 10 - Catálogo5
UIVO 11 - Catálogo1226
Livro MAM_219643
Terra Maia9199
UIVO 13 - Catálogo
1629
Ilustres Maiatos5359
Álvaro Aurélio do Céu Oliveira5755
Dr. Augusto Martins3632
Prof. Doutor Carlos Alberto Ferreira de Almeida3532
Gonçalo Mendes da Maia9566
Professor Doutor Joaquim Rodrigues dos Santos Júnior2492
Prof. Dr. José Vieira de Carvalho6284
Conselheiro Luiz de Magalhães4995
Albino José Moreira9257
Dr. Manuel Ferreira Ribeiro3622
Paio Mendes da Maia5335
Padre João Vieira Neves Castro da Cruz6054
Visconte de Barreiros1723
Eurico Thomaz de Lima9145
Manuel Marques Pereira d' Oliveira4444
Comendador Augusto Simões Ferreira da Silva5000
Mestre António Costa8172
Doutor António Cândido da Cruz Alvura5650
Altino Maia3992
D. José Alves Correia da Silva, o «Bispo de Fátima»6087
António José Ferreira Carvalho5907
Rafael Carlos Pereira de Sousa4161
Amálio Maia7781
Papiniano Carlos8129
Carolina Michaëlis
2289
Revista da Maia2468
Peças Arqueológicas6077
UIVO 11 - Mostra de Ilustração da Maia I Registo fotográfico inauguração4494
"O som da Revolução" - Mural 50 anos do 25 de Abril
9440
Biblioteca1419
Museu409
Contactos3501
Bilheteira / Loja on-line1816
Inquérito de satisfação dos serviços (im-069)5132
Mera comunicação prévia de espetáculos de natureza artística4263
Cultura Inclui
7181
Desporto9276
Pelouro do Desporto7255
Atividades Anuais2470
Eventos5156
Instalações Desportivas350
Aulas1913
Trabalha Connosco4997
Plano Estratégico Desenvolvimento Desportivo6113
Associativismo8471
CAR - Centro de Alto Rendimento3448
Galeria de Imagens6937
Contactos
2863
Educação e Ciência393
Cartão Escolar Municipal5118
Rede Educativa8471
Oferta Formativa6224
Ementas/Refeições Escolares2568
Batas da Educação Pré-Escolar309
Transporte Escolar6529
Atividades de Enriquecimento Curricular3626
LUDI+8919
Projetos / Programas3509
PRR - Plano de Recuperação e Resiliência4607
Conselho Municipal de Educação6709
Carta Educativa9255
Plano Educativo Municipal6194
Cidades Educadoras3160
Prémios de Mérito e Excelência Escolar8568
Regulamento dos Serviços Municipais de Educação5974
Contactos6594
Inscrições
8545
Juventude6220
Eventos3981
Férias Ativas Jovens2369
Ferias Ativas Jovens | Natal 24145
Férias Ativas Jovens | verão´247327
Férias Ativas Jovens | Páscoa´249113
Férias Ativas Jovens | Natal´233294
Férias Ativas Jovens | Verão´234152
Férias Ativas Jovens | Páscoa´235914
Férias Ativas Jovens | Natal´228141
Férias Ativas Jovens | Verão´228906
Férias Ativas Jovens | Páscoa´228116
Férias Ativas Jovens | Natal´212347
Férias Ativas Jovens | Natal´194927
Férias Ativas Jovens | Verão´198921
Férias Ativas Jovens | Páscoa´193319
Férias Ativas Jovens | Natal´188583
Férias Ativas Jovens | Verão´187433
Férias Ativas Jovens | Páscoa´18564
Férias Ativas Jovens | Natal´179312
Férias Ativas Jovens | Verão´172592
Férias Ativas Jovens | Páscoa´17
9722
Festival de Danças Urbanas9372
Festival de Teatro Jovem9410
Maia ShowCase4890
Break Even | 12.abr.243591
Mula Ruça | 03.jun.231722
Out Liars | 17.fev.239705
“FLEUMA” | 22.out.222169
On The Rocks - Out Liars | 17.set.22489
Concerto de Clarinete - Duarte Maia | 23.jul.229472
“Estranho Conhecido” | 29.mai.22899
Concerto de António Sousa | 30.ago.194803
Recital de José Miguel Borges | 14.abr.192415
“O Coiso” | 30.jun.18
3734
Programa “CONHECES?”3956
Natal´24 - 'Conheces?'820
Verão´24 - 'Conheces?' Arouca?9608
Páscoa´24 - 'Conheces?' À descoberta da Maia9893
Natal´23 - Conheces?' Zoo da Maia?3720
Verão´23 - 'Conheces?' Vila Nova de Gaia?971
Páscoa´23 - 'Conheces?' a Galeria da Biodiversidade/Centro Ciência Viva e o Jardim Botânico do Porto?6977
Natal´22 - Conheces?' Perlim?5960
Verão´22 - 'Conheces?' a Casa do Alto?2968
Páscoa´22 - 'Conheces?' Viana do Castelo?7310
Páscoa´18 - “CONHECES?” o teu Concelho?
1306
Notícias7690
Onde Estamos5827
O que Fazemos252
Maia Rise Up2820
Conselho Municipal de Juventude1720
OPJM - Orçamento Participativo Jovem da Maia7390
Plano Municipal de Juventude4814
Associativismo Juvenil939
Instagram1999
Galeria Multimédia1767
Link´s Úteis
2776
Investir4784
Visitar
Gastronomia e Religião
É importante, profunda e eivada de simbolismo a relação entre Gastronomia e Religião.
E se o será desde os primórdios da humanidade, quando o homem, na sua fase animista, adorava tudo quanto era fundamental para a sua sobrevivência, foi-o muito mais quando alguns desses homens, ouvindo a mensagem difundida por um grupo de profetas, e pouco depois, tomando contacto com aquele a quem passaram a chamar Mestre, e que haveria de revelar-se o Filho de Deus feito homem, se iria estabelecer uma nova religião, assente num conjunto de preceitos, materializados por Moisés no Monte Sinai, e que constituem, até hoje, uma verdadeira filosofia de vida. Há mais de dois mil anos, essa mesma filosofia se mantém actual nos seus princípios básicos, mudando, aqui e ali, apenas naquilo que, afinal, é acessório.
Pois essa Religião, o Cristianismo, assenta em vários pilares. Possui vários Dogmas. Releva determinadas características. E uma delas, uma das mais visíveis, uma das mais conhecidas, uma das mais simbólicas tem a ver exactamente com alguns episódios da vida de Cristo, que mais não são do que glosas da célebre frase «Eu sou o Pão da Vida».
É o caso do conhecido milagre da multiplicação dos pães e dos peixes. Quando um dia, pela tardinha, os discípulos lembraram a Jesus que era tempo de mandar para casa toda a gente que se havia juntado para o ouvir, cerca de 5.000 homens, e que começavam a estar cheios de fome. Perante a existência de, apenas, cinco pães e dois peixes, Jesus mandou que todo o povo se sentasse na erva e, tomando os pães levantou os olhos ao céu, deu graças e ordenou aos Apóstolos que os distribuíssem. Depois fez o mesmo aos peixes. E todos comeram quanto lhes apeteceu, e ainda foram recolhidos nada menos do que doze cestos de sobras. No outro dia um grupo procura Jesus em Cafarnaum, para Lhe manifestar a sua gratidão. Então Jesus diz-lhes: «Vós buscais-me porque comestes dos pães e ficastes saciados... Eu sou o pão da vida; o que vem a Mim, jamais terá fome». «Vossos pais comeram o maná, no deserto, e apesar disso morreram. Mas quem comer deste pão, não morrerá!». « Quem comer a Minha carne e beber o Meu sangue terá a Vida Eterna!».
E esta é justamente uma das associações mais simbólicas do Cristianismo. O pão como elemento e como alimento fundamental. Para o corpo e para o espírito. Associação esta que culmina na última ceia. Quando na véspera da Sua morte, Jesus se reuniu com os Apóstolos, no Cenáculo, para com eles celebrar a grande Festa do povo judeu, a Páscoa. Sentados à mesa haviam já comido da carne do cordeiro imolado, juntamente com pão ázimo e ervas amargas. Então, toma um pedaço de pão que havia sobrado da ceia, concentra-se, levanta os olhos ao céu, abençoa-o e diz: «lsto é o Meu Corpo. Tomai e comei!» Vivamente impressionados, os apóstolos comeram. Depois, pegando num cálice com vinho, diz ainda: «Este é o cálice do Meu Sangue... Tomai e bebei». E todos beberam. E, por fim acrescentou: «Isto que Eu acabo de fazer, fazei-o vós também em memória de Mim». Tinha chegado, enfim, a hora da redenção! Transformado em Cordeiro, o Seu sangue apagaria todos os pecados! Transformado em pão, o Seu corpo mataria todas as fomes!
Em todos os recantos do mundo repete-se ainda hoje o milagre da Última Ceia. A palavra Missa, apesar de tão repetida e banalizada, encerra esta profunda realidade: nela, o pão é transformado no Corpo de Jesus e o vinho no Seu Sangue.
Temos assim uma óbvia associação primordial entre uma das essências do Cristianismo e a alimentação, consubstanciada na última ceia.
Mas, pondo de lado este aspecto, gostaria de ressaltar aqui três pontos de contacto entre estas duas realidades.
O primeiro, que é tido como época de provação gastronómica, mas que se analisarmos bem as coisas, era exactamente o contrário, diz respeito à Quaresma - época do ano em que, por imposição religiosa, é proibido comer carne. Inicia-se com a quarta-feira de cinzas, dia em que começa o período de jejum e abstinência assinalado pela Igreja, e dura sete semanas.
A Quaresma teve um marcado carácter restritivo, de penitência e jejum. Originalmente ter-se-á instituído como contraposição aos fastos de todo o tipo das festas pagãs invernais, e aos excessos protagonizados pelo Carnaval.
Os preceitos proibiam o uso de certos produtos, nomeadamente tudo o que era carne e alguns dos seus derivados. Este facto vai originar uma importante mudança de hábitos alimentares, sobretudo nas regiões rurais, e vai exercitar a capacidade de adaptação daqueles que tinham responsabilidade na confecção dos alimentos.
Uma das estratégias de adaptação é uma maior utilização do peixe. E, de entre estes, o Bacalhau. Sendo antigamente produto muito acessível, a sua cura permitia-lhe ser guardado e, por isso, utilizado sempre que necessário. Também outros peixes e moluscos, susceptveis de serem secos e/ou salgados, como a sardinha ou o polvo, por exemplo, passaram a consumir-se em maior quantidade. Era a forma de obstar às dificuldades de conservação dos alimentos, característica destes tempos. E para evitar uma certa monotonia, as nossas cozinheiras esmeravam-se, e assados e estufados de peixe, tendo por vezes como substrato suculentos refogados, substituíam-se à carne do resto do ano.
Mas esta capacidade adaptativa atingia por vezes grau elevado. E perdoem-me aqui a evocação frequente de minha bisavó e de minha avó materna, duas mulheres verdadeiramente sábias, falecidas ambas com mais de noventa anos, e que eram verdadeiras artistas da cozinha. Executavam, e inventavam, receitas que só por me encontrar neste lugar não classifico de divinais.
Um dos casos de que me lembro bem, e que saudades tenho dele, é o dos peixinhos da horta. Eram confeccionados com as vagens de feijão verde, cozidas, passadas por um polme com farinha, ovo e cebola picada, fritando-se em azeite bem quente.
Outro era o caldo de castanhas piladas. Dado que a substância da maior parte das sopas da nossa região era o unto, de óbvia origem animal, o caldo de castanhas substituía com frequência nesta época o tradicional caldo de berças ou de qualquer outra hortaliça. Obtém-se pondo de véspera as castanhas de molho em água fria. Leva-se ao lume uma panela com água, aproveitando também a água em que as castanhas demolharam, e quando ferver, deitam-se os feijões e as castanhas. À parte aloura-se no azeite a cebola cortada às rodelas fininhas, juntando-se depois o conteúdo da panela. Quando o feijão estiver aberto, junta-se o arroz, tempera-se com sal e deixa-se cozer bem. O resultado era um aromático e apaladado caldo, perfeitamente dentro dos cânones da abstinência. Comia-se durante a Quaresma, mormente na Quinta-feira Santa. Mas também no dia de S. Bartolomeu porque andando o diabo à solta não se podia ir à horta colher legumes frescos.
Outro ainda era o do «Peixe delicioso» que a minha bisavó confeccionava. Num prato de ir ao forno colocavam-se rodelas de cebola regadas com um fio de azeite. Sobre elas dispunham-se os filetes de peixe, fosse ele qual fosse, previamente temperados com limão, sal, pimenta e um pouco de manteiga. Cobria-se tudo com leite, colocando-se por cima pão ralado. Ia ao forno a cozer, ficando a parte superior com um aspecto alourado.
E outra evocação gostosa era a dos chicharros grandes assados no forno. Temperados com sal, pimenta, um pouco de colorau, um dente de alho e umas gotas de sumo de limão, ficavam a marinar por uma boa meia hora. Entretanto coziam-se batatinhas pequenas, que se descascavam e temperavam com sal, pimenta e colorau. Depois, num tacho, colocava-se azeite, alho migado e cebola às rodelas, deixando-se refogar um pouco, mas sem alourar. De seguida, adicionava-se uma ou duas folhas de louro, pimentos vermelhos aos gomos, e meio copo de vinho branco, verificando o sal e juntando duas ou três gotinhas de piri-piri ou uma malagueta pequena. Finalmente, num tabuleiro de ir ao forno, colocava-se cerca de um terço desta mistura, pondo por cima os chicharros e cobrindo depois com o resto. 20 minutos a meia hora de forno, e estava pronto a servir.
Digam-me lá se não estamos perante uma culinária rica, ainda que em período de abstinência. Digam-me lá se os nossos antepassados não sabiam bem colmatar a falta da carne, dos fumados e dos enchidos com deliciosos pratos de peixe, fresco ou seco.
Mas a seguir à Quaresma restritiva surgia, evoé, a Páscoa.
Festa que celebra a Ressurreição de Cristo, mas com contornos pré-cristãos, a sua data foi definida no Concílio das Igrejas Cristãs em 345 como a do primeiro Domingo a seguir à lua cheia de Primavera.
Caindo em plena época de renovação da natureza, e após a abstinência da Quaresma, a Páscoa tem agregadas numerosas tradições gastronómicas um pouco por todo o mundo.
Entre nós, na Terra da Maia, são maioritariamente desta época os melindres, a aletria, o pão de ló, e, sobretudo, o pão doce. Este, uma produção típica da Maia, da margem sul do Ave ao Leça, era o bolo pascal por excelência. E não esquecer as broinhas de erva doce, de quem Frei Jerónimo Baía escreveu, com muita graça:
Uns bolinhos de erva doce
Comemos, sem sermos asnos,
Porque quando é doce a erva
Todos da erva gostamos.
Mas também, e como símbolo quase universal, os ovos cozidos e tingidos, sempre com produtos naturais, tais como a casca de cebola para o castanho dourado ou a flor do mato para os amarelos.
Ou, como é óbvio, e depois de um longo período de privação de carne, os pratos em que ela era rainha. E lá vem o cozido à portuguesa. Ou o lombo assado em banha, ou o coelho assado em azeite, ambos em fogão a lenha, e em assadeira de barro.
Mas, também aqui, evoco dois pratos que as minhas avós preparavam.
O saboroso arroz de carqueja no forno, que levava chouriço de vinho, costelinha de porco, e toucinho entremeado.
Cortava-se as carnes em pedaços e punham-se a marinar com uma cebola, três dentes de alho, uma cenoura muito bem picada e sem talo, duas folhas de loureiro, sem o veio central, e um copo de vinho tinto. A marinada durava da manhã para a noite, ou da noite para a manhã. Entretanto, preparava-se um chá de carqueja forte. Depois, refogava-se outra cebola em azeite, juntando-se a carne e, a pouco e pouco, o líquido da marinada. Quando o líquido se tivesse reduzido, ia-se juntando o chá de carqueja, tapando bem o tacho. À parte, numa panela grande, cozia-se o arroz em água a ferver, com sal, escorrendo-se depois num passador. Num tabuleiro de ir ao forno, bem untado com manteiga, espalhava-se metade do arroz e pedacinhos pequeninos de manteiga, pondo-se depois as carnes refogadas, cobrindo-se tudo com o restante arroz. Por cima espalhava-se mais um poucochinho de manteiga e, depois, dois ovos batidos. Alisava-se o todo e polvilhava-se com queijo ralado (queijo velho, duro, que se ralava em casa), e ia ao forno a alourar. Só vos digo que igualava, se não superava, o melhor arroz de pato que tenho comido.
E, animal típico da Páscoa, não podia faltar o Cabrito. E a minha bisavó preparava uma soberba perna de cabrito tostada, que começava pela confecção de uma massa homogénea que levava banha, alho picado, louro, sal e pimenta e que se moia e passava muito bem. Com esta massa barrava-se a perna e deixava-se a repousar um dia inteiro. Depois, ia ao forno a assar. Entretanto, a dois pães velhos retirava-se a côdea e passavam-se no raspador, misturando-os com azeite e um dente de alho picado. Quando a carne estava assada, cobria-se com esta mistura e levava-se de novo ao forno para que o pão ficasse tostado e estaladiço. Servia-se com batatinha assada em azeite e legumes.
Mas, se evocamos aqui a Páscoa, Ressurreição do Senhor, não podemos deixar de lembrar o Seu nascimento – o Natal.
Festa da Família por excelência, o natal apresenta-se também riquíssimo sob o ponto de vista gastronómico. Aqui pontificava, na nossa zona, a Ceia. E o protagonista era o tradicional bacalhau (inglês para quem podia), acompanhado de batatas grandes, pencas e ovos, tudo bem regado com o molho fervido, confeccionado com azeite, cebola, louro, sal, pimenta e cominhos. À sobremesa, doces, doces e mais doces. Bolo-Rei, aletria, rabanadas, simples e de vinho, bolhelhos, preparados com abóbora, açúcar em ponto de pérola e canela, formigos, eu sei lá que mais. Depois do regresso da Missa do Galo, bebia-se chocolate ou vinho quente e comia-se regueifa com queijo, figos e nozes.
No dia de Natal, bacalhau ao almoço e ao jantar. No primeiro caso, funcionava como entrada e era bacalhau desfiado muito fino, misturado com a batata em puré. No segundo, à noite, a famigerada roupa velha, ou farrapo velho, refogando as sobras do bacalhau da consoada.
Mas havia dois pratos de que gostaria de vos falar. As minhas avós preparavam, para o dia de natal um inesquecível arroz de galo. Com o dito limpo, cortava-se em pedaços, preferentemente pelas articulações para não deixar estilhaços. Levava-se ao lume num tacho grande uma ou duas colheres de sopa de manteiga, azeite a cobrir o fundo, cebola e alho picados, mexendo até que alourassem. Depois, deitava-se um copo de água e deixava-se ferver ligeiramente. De seguida juntava-se a carne e os miúdos e cobria-se tudo com água. Juntava-se uma folha de louro e deixava-se o todo cozer, lentamente, vigiando e acrescentando água quando necessário. O ideal é que depois de cozer haja de líquido o dobro do volume do arroz. Se houvesse excesso de gordura era retirado então, para que se acrescentasse depois o arroz, rectificando os temperos.
Tapava-se o tacho e deixava-se cozer até que o arroz ficasse enxuto. Era um manjar celestial.
E, para sobremesa, outra especialidade. Havia em minha casa um grande malapeiro. Dava malápios bem maiores do que o costume, assemelhando-se a maçãs. Preparavam-se da seguinte forma: limpavam-se cuidadosamente e levavam-se a assar no forno sem nada. Entretanto, misturava-se açúcar amarelo, canela e meio litro de vinho tinto, aquecendo-se, sem deixar ferver, de modo a ganhar uma fina película à superfície. Colocava-se em malgas, um malápio em cada se fossem dos grandes, ou dois dos pequenos, regando-os com o vinho ainda quente. Polvilhavam-se com um mistura de açúcar amarelo e canela e serviam-se.
Meus caros amigos, temo fazer-vos incorrer no pecado da gula, o que de modo nenhum convém a este espaço sagrado que nos acolhe. Sendo assim vou terminar, não sem evocar aqui o terceiro aspecto de que vos queria falar – a doçaria conventual.
Os Conventos ou Mosteiros, a maior parte deles fundados por reis e príncipes (para além dos instituídos por autoridades clericais), eram por eles dotados de prebendas e direitos que lhes garantiam subsistência razoavelmente abastada e farta, até 1834, data da extinção das ordens Religiosas em Portugal.
Muitos acolhiam filhas da nobreza e das famílias mais ricas que, além dos seus dotes, traziam consigo hábitos de alimentação e receitas familiares que originaram requintadas preparações gastronómicas e doçaria rica e por vezes complexa.
As suas criadas, que muitas vezes as acompanhavam nos conventos, mas que também muitas vezes as deixavam, foram certamente responsáveis pela divulgação de algumas receitas que foram entrando nas tradições portuguesas: o arroz-doce, o pão-de-ló, a aletria, os inúmeros doces de ovos, e tantos outros.
Durante cerca de setecentos anos, este saber foi-se acumulando e evoluindo com novos ingredientes, novas experiências e a longa prática das monjas que lhes dedicavam intermináveis horas de trabalho, paciência e devoção. A necessidade de em alguns casos ganharem o seu pão de todos os dias, levou algumas freiras a começaram a tirar partido das suas "prendas" manuais (costuras, bordados e rendas) mas, muito em especial, das receitas da requintada doçaria pelas quais os seus conventos se tinham tornado tão famosos. Assim, e graças à investigação de muitos estudiosos que interpretaram as notas manuscritas de muitos arquivos dos mosteiros, vieram saindo a público e ao domínio de muitas mãos leigas as maravilhas dos doces conventuais.
Pois na nossa Maia não se foge a esta regra.
E por influência das clarissas de Vila do Conde e do Porto, ou das beneditinas de Vairão, muita doçaria se confeccionava. Os Tolos, com uma clara, onze gemas, 250 gramas de açúcar e 300 de farinha de trigo, as Sapatetas, com dez gemas de ovos, 100 gramas de amêndoas e 250 de açúcar, os Pastéis de Santa Clara ou Clarinhas, com recheio de chila, fritos em azeite e polvilhados com açúcar, os Papos de Anjo, com muitas gemas e pouca farinha, untados com manteiga e passados por uma calda de açúcar em ponto de fio, o Doce do Céu, cortado às fatias passadas numa calda grossa de açúcar temperado com canela e água de flor, os Beijos de Freira, biscoitos feitos com farinha, leite de coco, gemas de ovos, manteiga e açúcar, as Barrigas de Freira, com doze gemas, seis claras, meio quilo de açúcar, cinquenta gramas de manteiga, pão de ló em fatias e chocolate, as Mães-Bentas, com farinha de arroz, açúcar, manteiga, coco ralado, ovos e um pouco de erva doce, o Manjar Divino, com açúcar, gemas, pão, amêndoas e canela, ou os nossos bem conhecidos Bolo da Abadessa, com mel, azeite, gemas de ovos, nozes, canela e erva-doce, Pescoços de Freira, com açúcar em ponto de pérola, amêndoa ralada, manteiga e ovos, ou Toucinho do Céu da Maia, com açúcar, miolo de amêndoa, sumo de laranja, gemas e claras de ovos.
Como verificamos, é manancial inesgotável de informação, a merecer, só por si, sistemática recolha e publicação. Quem sabe se esta não será uma tarefa para a nossa Confraria.
E para terminar de facto, um episódio curioso. Conta-se que Frei Manuel do Cenáculo Vilas Boas, bispo de Beja e arcebispo de Évora, quando, em Maio de 1804, foi a Viana do Alentejo sagrar a Igreja de Nossa Senhora de Aires e sossegar as freiras daquela vila que andavam muito intranquilas, tendo provado várias guloseimas preparadas pelas ditas religiosas, terá comentado: ninguém diria que senhoras tão azedas poderiam confeccionar mimos tão doces.
Concordamos com ele, ao menos na segunda parte da afirmação.