Passar para o Conteúdo Principal Top
Cultura CM Maia
Logótipo da Câmara Municipal de Maia

Carolina Michaëlis

image (5)

De seu nome completo Carolina Wilhelma Michaëlis de Vasconcelos, nasceu em 1851 em Berlim, vindo a falecer em 1925, no Porto. 

De formação autodidata, (àquele tempo a mulher não tinha lugar na Universidade nem sequer no ensino médio) começou muito cedo a investigar e publicar trabalhos de valia. Apenas com 16 anos, publicava já trabalhos de língua e literaturas italiana e espanhola, tornando-se assim conhecida entre a intelectualidade europeia.

O seu grande interesse por Portugal e pela sua cultura, literatura e língua, levou-a a corresponder-se com estudiosos portugueses, vários deles da Geração de 70. Entre esses correspondentes estava Joaquim de Vasconcelos, prestigiado musicólogo e historiador de arte, com quem viria mais tarde a casar. O futuro marido foi várias vezes visitá-la a Berlim e, em março de 1876, aí casaram. Depois de uma viagem de núpcias pela Europa, foram viver para o Porto, para a Rua de Cedofeita.

Escritora, crítica literária, lexicógrafa, foi a primeira mulher professora universitária em Portugal, neste caso na Universidade de Coimbra. desenvolvendo o seu trabalho de investigação no âmbito da cultura portuguesa medieval e quinhentista.

Dirigiu ou colaborou em numerosos periódicos, como é o caso da Revista Lusitânia e dos Jornais “O Comércio do Porto” e o “Primeiro de Janeiro” que editavam importantes páginas literárias e culturais.

Nas férias e nos fins-de-semana, a família reunia-se na sua casa de Águas Santas, nas margens do rio Leça e aqui, Carolina com o marido, que adoravam a natureza, bem como a nora e os netos, desfrutavam do jardim, do ar livre, da natureza e do rio, então sem mácula. Também era neste “refúgio” de Águas Santas que Carolina procurava a paz e a disponibilidade de espírito para redigir os seus trabalhos. A prova da grande ligação desta casa à família é que a sua filha Lotte, depois de terem morrido os sogros e o marido, foi viver para Lisboa, mas vinha com alguma regularidade a Águas Santas, tendo até aqui falecido em 1950.

Pela sua ligação territorial, cultural e telúrica à Maia e a Águas Santas, Carolina Michaëlis bem merece ser considerada uma Grande Maiata.