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A Árvore de Camilo
Na freguesia de Barca, junto da casa que foi antiga residência paroquial, está uma árvore que, de acordo com a tradição local, foi plantada por Camilo Castelo Branco.
Trata-se de uma planta cuja designação botânica é «Prunus laurocerasus», com a denominação popular de «louro-cerejo», que pertence à família das rosáceas e cujo nome deriva do facto de os seus cachos florais produzirem bagas de um tom vermelho escuro que faz lembrar as cerejas.
A explicação para aquela tradição não é difícil de encontrar.
Na sua juventude, aí pelos anos de 1848 – 1850, Camilo, aquando dos seus passeios pelos arredores do Porto, viria com alguma frequência a Barca, e aqui passaria mesmo algumas temporadas, sobretudo no verão.
Um dos motivos das suas deslocações era a visita ao Padre Santana e Silva, abade de Barca conhecido e requisitado orador sacro.
Este pregador era famoso pela sua oratória inflamada e convincente, e, por isso mesmo, era muito solicitado para fazer os seus sermões nas mais importantes festividades, quer da Terra da Maia, quer da região envolvente.
Ora, quer uma certa tradição, não só local como literária, que o autor das apreciadíssimas intervenções do Abade Santana da Silva não era outro senão ... o próprio Camilo.
Eis a razão pela qual ele aqui se deslocava; eis a possível explicação para a existência da «Árvore de Camilo».
De notar que a Câmara Municipal da Maia tem já quase pronto um projecto de intervenção no local, para valorizar e proteger este espécime cuja existência, sem dúvida, bem merece ser amplamente divulgada, de modo a figurar, com outro destaque, em toda a geografia literária camiliana.